quinta-feira, 8 de maio de 2008

Disponibilidade de Equipamentos

Atualmente tenho acompanhado em um fórum sobre manutenção uma grande e saudável discussão sobre um dos índices mais polêmicos da área de Manutenção – o cálculo de Disponibilidade .
Disponibilidade é o porcentual de tempo que um equipamento ou instalação está à disposição para o desempenho de sua função nominal, ou seja, o tempo que o equipamento está disponível para funcionar em sua plenitude, desconsiderando todo o tempo que ele ficou parado sob responsabilidade da área de manutenção ou por outros motivos quaisquer.
O grande impasse sobre esse índice é a forma de como ele deve ser calculado. Como envolve diretamente a área de Produção (entendendo-se aqui qualquer área ou setor que utiliza o equipamento como gerador de benefícios), é muito difícil chegar a um acordo que determine o que deve ou não ser considerado no cálculo da disponibilidade.
A área de Produção tem seus objetivos e metas que devem ser cumpridas em um determinado período e é muito cômodo usar a justificativa que essas metas não foram atingidas porque o equipamento ficou muito tempo parado pela manutenção. Também é comum a área de Manutenção justificar que o equipamento quebrou porque a Produção não liberou o equipamento para a realização da manutenção preventiva, o que ocasionou a quebra do equipamento. Independente das justificativas das áreas, o fato é que o equipamento parou, com essa parada ele ficou improdutivo e consequentemente pode ter gerado prejuízos aos processos da organização.
Entram em discussão então as formas como esse índice deve ser calculado. Tive a oportunidade de trabalhar em diversas empresas de ramos diferenciados como facilites, comerciais, industriais, metalúrgicos e farmacêuticos. É muito comum encontrar pensamentos e formas de cálculos diferentes para a disponibilidade. Algumas empresas consideram que os equipamentos devem ter um calendário de funcionamento baseado no calendário da empresa e todas as intervenções que acontecem dentro deste horário de funcionamento devem ser consideradas como tempo indisponível. Existem também aquelas que consideram que apenas as paradas por manutenção devem ser consideradas para o cálculo da disponibilidade, outras empresas consideram que as horas calendário devem ser 24 horas, ou seja, que o equipamento deve estar disponível 24 por dia, independente do horário de funcionamento da organização, mas consideram para o cálculo de disponibilidade algumas intervenções da área de produção, como falta de material, parada para setup, troca de turno e etc.
São diversas as maneiras como são calculados os índices de disponibilidade de equipamentos, cada área dentro de uma empresa irá defender o seu interesse, mas acredito que essa definição deve ser feita em comum acordo entre todas as áreas e ser levado em consideração um ponto muito importante – quem compra um equipamento quer vê-lo produzindo, pois assim ele estará gerando lucro para a empresa, por isso, esse equipamento deveria estar disponível para funcionar 24 horas por dia. Tudo o que acontecer a este equipamento que o impossibilite de funcionar, independente de quem seja a responsabilidade, deve ser considerado no cálculo da disponibilidade. O que acontecer diferente disso, pode agradar e favorecer um ou outro setor dentro da empresa, menos aos acionistas, que compram um equipamento e não querem vê-lo parado.